BRITFOOT

O BritFoot inicia hoje uma série de entrevistas com importantes pessoas da mídia esportiva. Como já havíamos anunciado no nosso perfil no Twitter há algumas semanas, iríamos entrevistar o comentarista dos canais ESPN Leonardo Bertozzi, e aí está! Agradecemos DEMAIS à ele pela atenção que nos foi dada. Prestigie!


Conte um pouco sobre sua carreira (onde você se formou, quando surgiu a ideia de ser jornalista, onde já trabalhou e quando chegou à ESPN)

Desde criança tenho paixão por esportes e pelo jornalismo, então sempre foi um caminho natural. Nunca pensei em outro rumo profissional. Ainda em Belo Horizonte, durante a faculdade, trabalhei para o extinto site FutBrasil.com e participei da experiência pioneira da NetGalo de cobrir os jogos do Atlético online direto do estádio, algo ainda incipiente na época (1999). Depois de formado, iniciei o projeto de um site voltado exclusivamente para o futebol europeu - www.futeboleuropeu.com.br - que lancei em 2004. Em 2007 fui para a Trivela, também voltada a futebol internacional, e neste intervalo comecei a participar de programas de televisão no BandSports. Devo muito ao Mauro Beting, que foi o primeiro a me convidar para um programa de TV após o lançamento do site, e viria a se tornar um grande amigo. Comentei alguns jogos no BandSports e no FX, até que em 2009 veio o convite dos canais ESPN.

Você participou da estreia da Rádio Estadão/ESPN. Como foi essa experiência?

Foi espetacular. No fundo, todo apaixonado por esportes tem uma ligação forte com o rádio. É o veículo da emoção. Todo mundo se lembra de alguma grande narração de rádio relacionada ao seu time. Trabalhar com rádio é muito satisfatório, e fazer parte de uma equipe tão experiente e premiada como a da Estadão/ESPN é motivo de grande alegria.


É fato que todos os jornalistas torcem para algum time, mas a maioria não revela por motivos óbvios. Você ainda acompanha e vibra com os jogos do seu time de coração? 

Sua visão muda, torna-se mais crítica. De qualquer forma, você nunca deixa de torcer. Só tem de controlar as emoções e saber a hora de desligar o lado torcedor e ligar o lado jornalista. Quem não consegue dissociar tem de procurar outra profissão.

Como surgiu a ideia do site Trivela.com e quais são seus projetos para o futuro? 

Juntei-me à Trivela já em andamento, o site é de 1998 e foi criado por estudantes de jornalismo da USP. Tive a alegria de fazer parte de boa parte da vida da revista Trivela, que foi uma novidade importante no mercado editorial - infelizmente, de difícil manutenção. Hoje estou totalmente concentrado no trabalho pela ESPN, embora permaneça como sócio da Trivela.

Qual a sua transmissão mais marcante e inesquecível?

Sem dúvida a partida da Champions League entre Real Madrid e Milan, no Santiago Bernabéu. Trabalhar in loco na maior competição de clubes do mundo é gratificante. Espero ter a oportunidade de ver de perto uma final.

Quais os melhores jogadores que você viu em ação? 

São muitos... Vi o fim das carreiras de Maradona e Zico, dois grandes. Vi alguma coisa do Van Basten, que infelizmente teve a carreira abreviada. Romário foi um gênio, o craque da Copa do Mundo que marcou minha geração. Mas para resumir a três nomes, digo Ronaldo, Zidane e Messi. Diferentes entre si, mas geniais. E pensar que Messi ainda tem 24 anos - aonde pode chegar?


Como você avalia o trabalho de Mano Menezes à frente da seleção brasileira?

É um trabalho difícil. Quando o Brasil saiu da Copa América, minha avaliação era de que Mano merecia crédito para seguir seu trabalho, tendo em mente que hoje o Brasil tem menos protagonistas internacionais que em outros tempos. De qualquer maneira, acredito que seria possível já ter feito mais, já ter um time desenhado. Em determinado momento, a CBF trocou a montagem do time pela blindagem do Mano - deixando de lado os adversários duros para enfrentar seleções que seriam facilmente derrotadas. Mas não sou daqueles que sentem falta do Dunga.

Como é sua rotina? Você tem tempo livre para se divertir? Se sim, como você o aproveita? 

Assisto futebol! Brincadeiras à parte, procuro passar tempo com minha família e em especial com minha filha Laura.


Qual foi o melhor time que você viu jogar e por quê? (Sandro Honorato)* 

Era o Milan de Sacchi e dos holandeses, mas agora é o atual Barcelona. O nível de excelência alcançado por estes jogadores é assustador. O trio Messi-Xavi-Iniesta será lembrado e servirá de referência para muitas gerações a seguir. É ainda o fruto de uma filosofia carregada desde a base, o que aumenta o mérito do trabalho.

Qual o maior desafio para se tornar um jornalista esportivo? (Juan Oliveira)* 

Acredito que o maior desafio seja encontrar um nicho, a primeira oportunidade, se diferenciar dos demais. Ideias novas sempre conseguem espaço, os clichês de sempre não.

O que acha do escândalo de arbitragem denunciado por Gutemberg Fonseca? (Marcinho Palmeirense)* 

É difícil falar em escândalo quando as alegações não se sustentam com provas. Dito isso, é bem provável que haja muita coisa por baixo dos panos da arbitragem que não vem à tona porque há muitos interesses envolvidos.


O futebol inglês evoluiu ou regrediu quando facilitou a entrada de jogadores estrangeiros na Premier League? (André Luiz Coutinho)* 

A liga cresceu muito, não por acaso hoje a Premier League é o maior campeonato do mundo. Naturalmente, a seleção tende a sofrer pela menor oferta de jogadores nacionais atuando em alto nível - mas, convenhamos, a Inglaterra já decepcionava antes disso.

Alguma vez já pensou em desistir de ser jornalista e seguir outra carreira? (Rafael Sobieski)* 

Nunca, nem por um minuto. Sempre tive muita convicção da minha escolha.

Messi já pode ser comparado à jogadores como Ronaldo e Romário, por exemplo? (Patryck - FC Gols)* 

Sem dúvida. E, como eu disse em outra resposta, ele tem 24 anos!


Você tem admiração por algum esportista ou outro jornalista, ou seu trabalho não permite preferências? (Herman Bezerra Júnior)*

Admiro aqueles que compartilham dos meus valores, prezam pela informação correta e pela opinião embasada. Aqueles que optam pela polêmica barata, prefiro nem considerar colegas.

Obrigado pela entrevista, Léo. Deixe uma mensagem aos que acompanham seu trabalho nos canais ESPN, na Rádio Estadão/ESPN e no Trivela.com. 

Muito obrigado pelo interesse no meu trabalho e continuem ligados nos canais ESPN!

*Perguntas enviadas por nossos leitores