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FA luta para reformar sistema de transferências


Com o objetivo de reduzir o número de jogadores não-europeus nos gramados ingleses e promover o desenvolvimento do futebol nacional, a Football Association (FA) montou um conjunto de propostas para reformar o atual sistema de transferências na terra da Rainha. O projeto já foi enviado à Premier League, à Football League e às associações de técnicos e jogadores. As principais entidades da Escócia, do País de Gales e da Irlanda de Norte também farão parte da discussão.

Greg Dyke, presidente da FA, comentou sobre o atual sistema de transferências. "Atualmente, ele é caótico. Há jogadores (estrangeiros) medíocres que chegam e tomam lugares que poderiam ser ocupados por jovens ingleses", declarou. Desde 2009 até o fim da temporada 2013/14, encerrada em maio, 122 jogadores de fora da Europa foram contratados por clubes ingleses.

No início do ano, foi proposta a ideia de criar uma nova liga dentro da atual pirâmide, contendo equipes B da Premier League e times promovidos da Conferência Nacional, atual 5ª divisão. Chamada popularmente de League Three, por teoricamente ficar abaixo da League Two (4ª divisão), a sugestão foi altamente rejeitada tanto pelos clubes principais quanto pelos menores, que se veriam obrigados a atravessar mais uma divisão para se promoverem. Agora com um novo plano, a FA tem intenção de implantar o novo sistema já na temporada 2015/16.

Os esforços da associação para obter sucesso nas propostas são impulsionados não só pelo desejo de um futebol inglês melhor, mas também pela meta de construir uma seleção capaz de vencer a Copa do Mundo de 2022 ou até mesmo a de 2018. Defensores da reforma acreditam que o excesso de estrangeiros nos campeonatos, um dos principais fatores para o alto nível do futebol, atrapalha o surgimento de promessas nacionais. Ainda sobre os atletas de fora do Velho Continente, Greg Dyke afirmou que dos contratados para disputar a Premier League, apenas 58% jogaram a segunda temporada.

O plano de reforma consiste nas seguintes propostas:
- Restringir os pedidos de visto apenas a clubes da Premier League. Atualmente, clubes da Football League (de 2ª a 4ª divisões) também podem fazer pedidos, tanto que nos últimos quatro anos foram 23 aceitações.
- Impedir que jogadores contratados através do sistema de visto sejam emprestados para outros clubes.
- Reduzir de 70 para 50 o número de países cujos jogadores podem ser aceitos via registro em partidas internacionais. Esse registro consiste no atleta ter participado de pelo menos 75% das partidas internacionais nas quais ele estava disponível para escalação. Esses jogos são válidos apenas pela seleção nacional, de forma oficial, e contados do dia do pedido até os últimos dois anos. A lista de países é baseada no ranking da FIFA.
- Reduzir de 75% para 30% o índice de participação de jogadores em partidas internacionais oficiais.
- Introduzir uma isenção de taxa de visto somente se o atleta, independentemente do país, for de elite e ultrapassar o valor mínimo de transferência, inicialmente proposto em £10 milhões ou £15 milhões.

Além dessas cinco principais sugestões, também tem a questão do sistema de recursos, a qual segundo Dyke, é baseada na subjetividade. "80% dos jogadores que vêm de fora da Europa chegam por esse sistema, em que o técnico mostra um vídeo para os membros do comitê e eles dizem 'olha, ele parece ser um bom jogador'", disse o presidente da FA. A expectativa é reduzir o número de profissionais não-europeus pela metade. "Não são grandes números, mas se você pensar que deixarão de vir uns 30 atletas por ano, isso significará espaço para jovens ingleses nos elencos", completou Dyke.

Você pode baixar e ler na íntegra as atuais regras para obtenção de visto para jogadores não-europeus nesse link (em inglês).
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