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Hartlepool demonstra interesse em contratar jogador condenado por estupro

Ched Evans atuou pelo Sheffield United entre 2009 e 2012 (Foto: Telegraph Football)

Quando um clube está na lanterna do campeonato, algo precisa ser feito para que o rebaixamento seja evitado a tempo. Demitir o técnico, contratar jogadores, investir em talentos da base são medidas comuns tomadas por clubes que estão 'na degola'.

Mas o Hartlepool, lanterna da Football League Two, quarto escalão inglês, está tomando uma decisão arriscada. O técnico do clube, Ronnie Moore, admitiu estar interessado na contratação do atacante galês Ched Evans, de 25 anos. Aparentemente, tudo normal, exceto por um detalhe: Ched foi condenado à prisão no ano de 2012, por estupro.

Ched começou sua carreira profissional no Manchester City, em 2007. Devido às poucas chances, foi emprestado ao Norwich durante uma temporada. Voltou ao clube mancuniano em 2008, mas com as chegadas de Bellamy, Adebayor, Roque Santa Cruz e Tévez, optou por deixar o clube, em busca de maiores oportunidades.

Em 2009, foi contratado pelo Sheffield United, por 3 milhões de libras. Em quatro anos atuando pelos Blades, disputou 103 jogos e marcou 42 gols. Durante este período, também defendeu a seleção do País de Gales em treze oportunidades, marcando o gol da vitória por 1 a 0 sobre a Islândia, em um amistoso.

No ano de 2011, Ched Evans e seu amigo Clayton McDonald foram acusados de estuprar uma mulher de 19 anos, que estava alcoolizada, em um hotel próximo a Rhyl, Gales. No dia 20 de abril de 2012, ele foi condenado a cinco anos de prisão. Ele alegou inocência e, por várias vezes, tentou recorrer da pena, sem sucesso. Clayton foi considerado inocente e, já no ano de 2013, retornou ao futebol profissional, assinando com o Bristol Rovers.

Ched em sua ficha criminal: culpado ou inocente?

Cumpriu metade da pena com bom comportamento, além de ter colaborado com o sistema carcerário, trabalhando como pintor. Após ser liberado, no dia 17 de outubro deste ano, ele se reuniu com o técnico do Sheffield United, Nigel Clough, e com o vice-presidente do clube, Kevin McCabe, para discutir seu possível retorno aos gramados. No entanto, mais de 150 mil pessoas assinaram uma petição para que o clube não o fizesse. Dito e feito: o Sheffield United recusou-se a assinar um novo contrato com o atacante.

Eis que agora, dois meses após ser liberado, Ched convive com outro possível retorno aos gramados. O técnico do Hartlepool, Ronnie Moore, que assumiu o comando da equipe nesta semana, demonstrou interesse no atacante:

"Se isso puder acontecer, eu gostaria que acontecesse. Ele já provou ser um artilheiro, o menino quer jogar futebol. Se há uma chance, ele deveria jogar aqui, não vejo motivos pelos quais ele não deveria. Ele cometeu um erro e talvez não tenha se desculpado da maneira correta. Sei que ainda possui um recurso pendente, mas se ele ficar aqui, percorreria um longo caminho para nos tirar desta situação", disse Ronnie.

Todavia, a notícia não agradou a torcida local. O deputado trabalhista de Hartlepool, Iain Wright, mostrou-se extremamente contra a proposta:

"Eu realmente espero que não. Eu amo meu clube, eu amo o Hartlepool United. Há uma razão pela qual nenhum time da Football League quer contratá-lo: ele é um marginal".

"Eu estava no jogo hoje. Havia vários jovens apoiando o Hartlepool. Eu acho que estaríamos transmitindo uma mensagem errada a esses jovens, dizendo sim para um estuprador jogar futebol. Isto está completamente errado", completou Wright.

A pergunta que fica: até que ponto deve-se medir esforços a fim de evitar um rebaixamento?
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